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Romaria a Nossa Senhora do Bom Despacho
Nossa Senhora do Bom Despacho
Recortes de História
“Da imagem da Senhora do Bom Despacho, de que agora tratamos que é da que se acha em o altar colateral da parte esquerda desta Igreja, debaixo de cujo amparo erigem os reverendos eclesiásticos e mais moradores esta devota e ilustre Irmandade reconhecido têm não só eles mas todos os dos mais lugares, vilas, cidades assim circumvizinhas como remotas o com quanta prontidão despacha as suas petições de que servem de testemunha as de que se acha cercada; os prodigiosos despachos e excelentes milagres que esta soberana Imagem de Maria tem obrado depois que a colocou o reverendo António Rodrigues de Carvalho abade que foi desta Igreja que Deus tenha em sua santa glória, que haverá pouco mais de cinquenta anos que a colocou, é impossível reduzi-los a número; e de alguns deles servem de memória ainda os quadros, cera, cabelos, mortalhas, e mais insignias que do seu altar e paredes se acham pendentes [...]”. Estatutos da Irmandade da Coroa de Nossa Senhora do Bom Despacho, 1730
Este excerto dos Estatutos da Irmandade de Nossa Senhora do Bom Despacho ajudam-nos a precisar, cronologicamente, alguns aspectos desta variante do importantíssimo culto Mariano.
Sabe-se que o culto a Nossa Senhora do Bom Despacho é muito antigo. O documento acima prova-nos que pelo menos cerca de 1680 ele era já bastante activo em S. Miguel de Barreiros.
Mas Bom Despacho porquê?
Despacho pode ter vários significados. Desde uma simples nota que um juiz lança num requerimento, deferindo-o ou indeferindo-o, à nomeação para um cargo oficial. Pode significar rapidez na execução de trabalhos ou negócios. A diplomacia chama despacho à carta ou ofício que um ministro envia a outro contendo resoluções de interesse público. Despacho pode ser também o acto de expedir uma mensagem ou encomenda. Despachar, conjugado reflexamente, pode ser sinónimo de dar à luz.
O sentido de Despacho aplicado a Maria é porém radicalmente diferente! Trata-se de conseguir a graça da conversão para quem vive em pecado, ou o alcançar de graças difíceis, a pedido de fervorosos devotos. Deus ”despacha“ as preces de Maria em favor de quem implora pela salvação dos pecadores, pois foi para livrá-los da condenação que Cristo nos remiu.
Os especialistas do Culto Mariano retrocedem na história até ao momento da Anunciação, quando, ao levar a mensagem divina, o anjo Gabriel esperou o «despacho» favorável de Nossa Senhora: Faça-se em mim segundo a Sua Palavra.
A devoção a Nossa Senhora do Bom Despacho, além de antiga foi sempre muito abrangente. Para além de funcionar como “advogada” das causas difíceis dos seus fiéis, como já vimos, e de aparecer associada a outras invocações, como Nossa Senhora do Ó, da Anunciação e da Boa Hora, ela era todo mesmo modo protectora da «fertilidade», sendo por isso muito da devoção das gentes do campo, mas era também, e sobretudo, protectora daqueles que andavam no mar.
Nos mesmo Estatutos a que fiz referência, encontra-se expresso que “[...] sempre foi venerada esta imagem soberana maiormente pelos homens marítimos como dos moradores de Massarelos, São João da Foz e Matosinhos e mais circunvizinhos do mar e vilas e cidades que a esta Igreja continuamente concorrem e vêem tributar-lhe e render-lhe as graças pelos despachos concedidos nas suas súplicas, e oferecer-lhe suas dádivas [...].
Um curioso documento de 1733, subscrito pelo Pároco Luís de Oliveira Alvim, descreve-nos como, nesse ano, foram majestosas as festas em honra de Nossa Senhora do Bom Despacho. Eis alguns recortes:
“A Igreja ricamente se armou e se compuseram perfeitamente os Altares de Damascos. Fez-se à Senhora nove dias com todo o asseio novena de tarde, com sua prática, a Ladaínha e outras devotas orações, descarregando-se em todos os nove dias várias roqueiras de fogo [...]; no dia pela manhã esteve o Santíssimo Sacramento exposto no altar mor na mão da mesma Senhora do Bom Despacho como se tem feito muitas vezes, foi orador dos milagres e prodígios da dita Senhora o padre Mestre Pregador Frei Francisco Xavier Gramaxo da esclarecida Ordem do meu Seráfico São Francisco que pregou sermão de acção de graças com o seu costumado engenho e elevada erudição e de tarde estava preparado para fazer o mesmo, se não se temera o faltar tempo para se fazer a vistosa, asseada e custosa procissão [...]. Constava a dita procissão de nove bem vistosos e compostos andores; um era do Príncipe e Glorioso Arcanjo São Miguel padroeiro desta Igreja [...] era outro do glorioso São Roque [..] era outro que eu dei do meu seráfico São Francisco [...] O outro era do invicto mártir São Sebastião [...] outro era de Santa Bárbara [...] o outro era de Nossa Senhora do Bom Despacho que deu o reverendo Vicente Gramaxo [...] De fora era São Faustino padroeiro da Igreja e freguesia de Gueifães [...] Era outro da freguesia de São Tiago de Custoias o Menino Jesus [...] e era outro o padroeiro São Mamede da freguesia da Ermida de Infesta [...]”.
Depois de descrever a organização da procissão, com seus anjinhos, figuras alegóricas, de entre as quais Roma, Barreiros e Fama, todas montadas em garbosos cavalos, tal aliás como São Miguel, ele mesmo, o Padroeiro, traça-nos o percurso do cortejo, que passou por Barreiros, Souto, Viso, Estrada, Brandinhães, Barroco, Outeiro e Recamunde. De notar que incorporaram a procissão “mais de sessenta insígnias entre guiões, estandartes e cruzes”. O pálio, de tela branca tecido a ouro, veio de São Salvador de Moreira. O povo, esse, acorreu de todas as zonas da Maia e do Couto de Leça e ainda de distintas partes como São João da Foz, Matosinhos, Cidade, e de outros remotos lugares.
Isto aconteceu, relembro-o, em 1733, isto é, há 239 anos.
Bem mais perto de nós, há precisamente cinquenta anos, escrevia Álvaro do Céu Oliveira no Almanaque da Maia para 1952: “No Norte, as festas do Bom Despacho têm cartel feito. Não precisa, pois, de grande reclame porque o povo de há muito que lhe dedica especial deferência.
Rainha da «gente do mar» reúne no seu velho templo multidão enorme de poveiros que ali vão agradecer, anualmente, as graças recebidas ou invocar a sua protecção.
E a romaria torna-se num quadro pitoresco e sugestivo. Misturam-se as preces com a alegria popular enquanto que em recintos especiais bandas de música, das mais afamadas do Norte do País, deliciam os romeiros com consertos consecutivos e as barracas de diversões albergam os curiosos, sempre prontos a aplaudir a habilidade dos «artistas».
De momento toda a algazarra parou. Vai passar a procissão da Senhora do Bom Despacho. O rico andor, majestoso e imponente, é transportado aos ombros de 16 pescadores que desde manhã cedo disputaram a honra de o levar.
Na frente já mal se distinguem os guiões, as bandeiras, as cruzes paroquiais...
Passaram os andores de S. Miguel, de Nossa Senhora de Fátima e da Padroeira de Portugal, precedidos de dezenas de figuras alegóricas. [...].
Mas a romaria continua. O povo não se cansa de cantar e dançar.
E à despedida faz promessa de para o ano cá voltar – assim a Senhora lhe dê vida e saúde...”.
Assim era, em tempos passados, a Romaria da Senhora do Bom Despacho.
E hoje?
Nesta hora de descaracterização e de globalização, também Nossa Senhora não ficou incólume. A Sua romaria já não é nada do que era.
Que aqueles que nos governam atentem nestes «recortes», e que, num futuro próximo, se possa recuperar algo do «espírito primitivo» desta importante
José Augusto Maia Marques
Para saber mais:
- Manuel Joaquim da Costa Maia. Achegas de Monografia da Vila da Maia. Maia: Câmara Municipal, 1986
(consultável na Biblioteca Municipal da Maia - Fundo Local)